Reliability of a digital image method for measuring medial mandibular flexure in dentate subjects

A deflexão mandibular medial (MMF) é uma deformação funcional que ocorre com a aproximação das hemi-mandíbulas em abertura e protrusão, podendo afetar próteses convencionais e implanto-suportadas em arco. OBJETIVOS: Este trabalho avaliou a confiabilidade intra- e inter-examinador de um método de imagem digital para aferição linear da MMF. MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionados sete voluntários adultos dentados, obtendo-se registros oclusais inferiores de silicona de adição em repouso, abertura e protrusão máximas. Os registros foram escaneados juntamente com um paquímetro Mitutoyo com abertura de 10mm num aumento de 200%. A imagem foi processada no programa Adobe Photoshop obtendo-se pontos de referência intermolares, e as medições lineares foram feitas no programa ImageTool (UTHSCSA) calibrado com a medida padrão do paquímetro. Foram feitas medições em triplicata da medida da distância intermolar para cada imagem. A MMF foi calculada subtraindo-se a distância intermolar em abertura da distância em repouso/ protrusão. Os dados foram analisados por coeficientes de correlação intraclasse (ICC) para estimar a confiabilidade intra- e inter-examinadores. RESULTADOS: Os valores de MMF variaram de -0,21 a 0,44mm. Os ICCs intra-examinador foram 0,982 e 0,993, e o ICC inter-examinador foi 0,696. CONCLUSAO: Os resultados demonstram excelente confiabilidade intra-examinador e boa confiabilidade inter-examinador deste método de imagem digital para aferição de MMF em adultos dentados.

Neurofisiologia da dor orofacial / Neurophysilogy of pain

A sensibilidade da região orofacial, incluindo a sensibilidade dolorosa, é transmitida essencialmente pelos 3 ramos do nervo trigêmio. As fibras aferentes primárias recebem estímulo e o conduzem para o tronco cerebral, onde fazem sinapse com o neurônio de segunda ordem, no Complexo Sensorial Trigeminal. O Complexo Sensorial Trigeminal se divide em núcleo Principal e Núcleo do Trato Espinhal, que consiste de 3 subnúcleos: oral, interpolar e caudal. O subnúcleo caudal parece ser o principal local para o processamento e transmissão da dor orofacial. Poucos neurônios parecem ser ativados exclusivamente por impulsos provenientes de tecidos profundos, normalmente há convergência de impulsos da pele, mucosa, ATM, musculatura mastigatória, lingua, polpa, pescoço e vasos da dura-máter. Esse fato explica a localização imprecisa de estímulos nociceptivos provenientes de tecidos orofaciais profundos (dor referida), como nos distúrbios temporomandibulares na dor miofascial. A sensibilização periférica pode ocorrer quando há diminuição do limiar de excitabilidade do neurônio nociceptivo periférico, o que ocorre comumente em processos inflamatórios. Quando esse fenômeno ocorre nos neurônios do Sistema Nervoso Central, principalmente nos neurônios de segunda ordem situados no subnúcleo caudal, denomina-se Sensibilização Central. Essa sensibilidade aumentada pode alterar os impulsos neurais à medida que são processados em seus trajetos para os centros mais elevados. Quando isso ocorre, mesmo impulsos normais podem ser erroneamente interpretado como nocivos. Essa alteração no processamento do impulso é denominada neuroplasticidade. Existem processos modulatórios da resposta nociceptiva trigeminal que são mediados por uma série de substâncias neuroquímicas endógenas que podem gerar influências facilitatórias ou inibitórias na transmissão da dor. Independentemente da natureza da dor, dela resultam modificações do comportamento psíquico e, por mecanismos reflexos, hiperatividade do sistema nervoso neurovegetativo e aumento do tônus muscular e conseqüente instalação de síndrome dolorosa miofascial

Deflexão mandibular medial: implicações protéticas / Medial mandibularflexure: implications for prosthodontics

Este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão da literatura sobre a deflexão mandibular medial e verificar se há evidências sobre sua real influência na realização protética. A deflexão mandibular medial ocorre quando há diminuição funcional da largura do arco mandibular em movimentos de protrusão e abertura da boca. Este fenômeno está relacionado à ação do músculo pterigoideo lateral, o qual promove a aproximação medial dos côndilos durante sua contratação funcional. Possíveis fatores associados incluem fatores geométricos da mandibula e da face, força muscular e qualidade óssea mandibular. Teoricamente, a aproximação da hemi-mandibulas durante movimentos mandibulares poderia causar problemas em prótese dentária, tanto em reabilitações com próteses convencionais fixas e removíveis quanto em prótese sobre implantes, quando o planejamento inclui conexão rígida bilateral extensa na região posterior. Há relatos de possível associação de deflexão mandibular medial com sobrecarga em estruturas protéticas e elementos-suporte, dores mandibulares e falhas de assentamento passivo de próteses. Não há evidencias conclusivas sobre o efeito clínico a longo prazo da reflexão mandibular em reabilitação oral